Os Chakras e Suas Funções

Cila Maria - Terapeuta
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Quando um homem começa a aguçar os sentidos, que então lhe permitem perceber algo mais do que os outros percebem, desdobra-se diante dele um mundo novo e fascinante. 
Os chakras são as primeiras coisas desse novo mundo que lhe chamam a atenção. As pessoas se lhe apresentam sob um novo aspecto, nelas descobrindo muita coisa que antes permanecia oculta à sua vista; e portanto, é capaz de compreender, apreciar e, nos casos necessários, auxiliar o próximo muito melhor do que lhe era possível antes. 
Os pensamentos e emoções das pessoas surgem a seus olhos com toda a clareza de forma e cor, e o grau de sua evolução e as condições de sua saúde são para ele evidentes em vez de conjeturáveis. 
O brilhante colorido e o rápido e incessante movimento dos chakras colocam as pessoas sob a imediata observação do investigador, que naturalmente deseja conhecer o que são e que significam.

A palavra chakra é sânscrita, e significa roda
Também se usam várias acepções figuradas, incidentais e por extensão, como nas línguas ocidentais. Da mesma forma como falamos da roda do destino ou da fortuna, assim também os budistas falam da roda da vida e da morte, e designam com o nome de Dhammachakkappavattana Sutta ao primeiro sermão em que o Senhor Buda pregou a Sua doutrina, nome esse que o professor Rhys
Davids traduz poeticamente pela expressão: "por em marcha as rodas da regia carroça do Reino da justiça"
Este é o exato significado da expressão para o budista devoto, ainda que a tradução literal das palavras seja "o giro da roda da Lei". O uso em acepção figurada da palavra chakra de que tratamos neste momento, refere-se a uma série de vórtices semelhantes a rodas que existem na superfície do duplo etérico do homem.

Os chakras, ou centros de força, são pontos de conexão ou enlace
pelos quais flui a energia de um a outro veículo ou corpo do homem. 
Quem quer que possua um ligeiro grau de clarividência, pode vê-los facilmente no duplo etérico, em cuja superfície aparecem sob forma de depressões semelhantes a pratinhos ou vórtices. 

Quando já totalmente desenvolvidos, assemelham-se a círculos de uns cinco centímetros de diâmetro, que brilham mortiçamente no homem vulgar, mas que, ao se excitarem vividamente, aumentam de tamanho e se vêem como refulgentes e coruscantes torvelinhos à maneira de diminutos sóis. 

Às vezes falamos destes centros como se toscamente se correspondessem com determinados órgãos físicos; mas em realidade estão na superfície do duplo etérico, que se projeta ligeiramente mais além do corpo denso.

O CHAKRA FUNDAMENTAL


O primeiro centro, o radico ou fundamental, situado na base da espinha dorsal, recebe uma energia primária que emite quatro raios.

Portanto, dispõe suas ondulações de modo que pareçam divididas em quadrantes alternativamente vermelhos e alaranjados com vazios entre eles, resultando daí estarem como que assinalados com o sinal-da-cruz. 
Por isso se costuma empregar a cruz como símbolo deste centro, e uma cruz às vezes flamígera para indicar o fogo serpentino residente neste chakra.

Quando atua vigorosamente, é de ígnea cor vermelho-alaranjada,
em íntima correspondência com o tipo de vitalidade que lhe transfere o chakra esplênico. Com efeito, observaremos, em cada chakra,
correspondência análoga com a cor de sua vitalidade.

O CHAKRA ESPLÊNICO


O segundo chakra está situado no baço e sua função
é especializar, subdividir e difundir a vitalidade dominante do sol. Esta vitalidade surge do chakra esplênico, subdividida em sete modalidades; seis correspondem aos seis raios do chakra, e a sétima fica concentrada no cubo da roda. 

Portanto, tem este chakra seis pétalas ou ondulações de diversas cores, e é muito radiante, pois fulge como um sol. Em cada uma das seis subdivisões da roda predomina a cor de uma das modalidades da energia vital. 
Estas cores são: vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul e violácea; isto é, as mesmas cores do espectro solar menos o índigo ou anil.

O CHAKRA UMBILICAL

O terceiro chakra está situado no umbigo, ou melhor diríamos, no plexo solar, e recebe a energia primária que se subdivide em dez radiações, de modo que vibra como se estivesse dividido em dez ondulações ou pétalas. 

Está intimamente relacionado com sentimentos e emoções de índole diversa. Sua cor predominante é uma curiosa combinação de vários matizes do vermelho, ainda que também contenha muito do verde.
As divisões são alternativas e principalmente vermelhas e verdes.

O CHAKRA CARDÍACO




O quarto chakra, situado no coração, é de brilhante cor de ouro, e cada um de seus quadrantes está dividido em três partes, pelo que tem doze ondulações, pois sua energia primária se subdivide em doze raios.

O CHAKRA LARÍNGEO

O quinto centro está situado na garganta e tem dezesseis raios correspondentes a outras tantas modalidades da energia.
Embora haja bastante do azul em sua cor, o tom predominante é o prateado brilhante, parecido com o fulgor da luz da lua quando roça o mar. Em seus raios predominam alternativamente o azul e o verde.

O CHAKRA FRONTAL

O sexto chakra situado entre as sobrancelhas, parece dividido em duas metades; uma em que predomina a cor rosada, ainda que com muito do amarelo, e a outra em que sobressai uma espécie de azul-purpúreo. 
Ambas as cores se correspondem com as da vitalidade que o chakra recebe. Talvez por esta razão dizem os tratados orientais que este chakra só tem duas pétalas; mas se observarmos as ondulações análogas às dos chakras anteriores, veremos que cada metade está subdividida em quarenta e oito ondulações, ou seja, noventa e seis no total, porque este é o número das radiações da energia primária recebida pelo chakra.

O brusco salto de dezesseis para noventa e seis raios, e a ainda

maior variação súbita de noventa e seis a novecentos e setenta e dois raios que tem o chakra coronário, demonstram que são chakras de uma ordem inteiramente distinta da ordem dos até agora  considerados. 
Não conhecemos ainda todos os fatores que determinam o número de raios de um chakra; mas é evidente que representam modalidades da energia primária, e antes que possamos afirmar algo mais sobre esse particular, será necessário fazer centenas de observações e comparações, repetidamente comprovadas.

Entretanto, não resta dúvida de que enquanto as necessidades da
personalidade podem ser satisfeitas com limitados tipos de energia, nos superiores e permanentes princípios do homem encontramos uma tão complexa multiplicidade, que requer, para sua expressão, muito maiores e seletas modalidades de energia.

O CHAKRA CORONÁRIO

O sétimo chakra no alto da cabeça, é o mais refulgente de todos, quando está em plena atividade, pois oferece abundância de indescritíveis efeitos cromáticos e vibra com quase inconcebível rapidez. Parece conter todos os matizes do espectro, ainda que no conjunto predomine o violeta.

Os livros da índia denominam-no "a flor de mil pétalas", e esta
denominação não dista muito da verdade, pois são novecentas e sessenta as radiações da energia primária que recebe. Cada uma destas radiações aparece fielmente reproduzida na prancha do frontispício, embora seja muito difícil assinalar a separação das pétalas. 
Além disso, este chakra tem uma característica que não possuem os outros, que consiste numa espécie de subalterno torvelinho central, de um branco fulgurante e com o núcleo cor de ouro. Este vórtice subsidiário é menos ativo e tem doze  ondulações próprias.

Geralmente, o chakra coronário é o último que se atualiza. No princípio não difere em tamanho dos demais; mas à medida que o homem se adianta na senda do aperfeiçoamento espiritual, vai aumentando pouco a pouco, até cobrir toda a parte superior da cabeça.

Outra particularidade acompanha o seu desenvolvimento. No
princípio é, como todos os demais chakras, uma depressão do duplo etérico, pela qual penetra a divina energia procedente do exterior. Mas quando o homem se reconhece rei da divina luz e se mostra magnânimo com tudo que o rodeia, o chakra coronário reverte, por assim dizer, de dentro para fora, e já não é um canal receptor, mas um radiante foco de energia, não uma depressão, mas uma proeminência ereta sobre a cabeça como uma cúpula, como uma verdadeira coroa de glória.

FUNÇÕES DOS CHAKRAS DESPERTOS

Além de manter vivo o corpo físico, os chakras desempenham outra
função quando estão em atividade. Cada chakra etérico corresponde a outro astral; mas como este é um vórtice de quatro dimensões, tem uma extensão de que carece o vórtice do chakra etérico, e portanto, não podem coincidir exatamente ambos os chakras, ainda que coincidam nas três dimensões do etérico.

O chakra etérico está sempre na superfície do duplo etérico, enquanto que o chakra astral está freqüentemente no interior do corpo astral.

Os chakras etéricos em plena atividade, ou completamente despertos, transferem para a consciência física toda qualidade inerente no
correlativo chakra astral. Assim é que antes de catalogar os resultados dimanantes do despertar à plena atividade dos chakras etéricos, convém considerar a função dos chakras astrais, conquanto estes já estejam em plena atividade em todas as pessoas cultas das últimas raças. 

CHAKRAS ASTRAIS

O primeiro destes chakras é o foco do kundalini ou fogo serpentino, existente em todos os planos e cuja atividade desperta os demais chakras.

Devemos considerar o corpo astral como se originariamente houvesse sido uma massa quase inerte com consciência muito vaga, sem definida capacidade de atuação nem claro conhecimento do mundo circundante. Portanto, o primeiro que sucedeu foi o despertar do fogo serpentino no homem astral. Uma vez atualizada essa energia, passou ao segundo chakra astral, correspondente ao esplênico físico, por cujo meio vitalizou todo o corpo astral, capacitando o homem astral a viajar conscientemente, embora ainda com vago conceito do que encontrava em suas viagens.

Depois o kundalini passou para o terceiro chakra astral, correspondente ao umbilical físico, e o vivificou despertando no corpo astral a faculdade de receber toda classe de sensações, embora ainda sem percebê-las claramente.

A vivificação do quarto chakra astral correspondente ao cardíaco
físico, capacitou o homem a receber e compreender as vibrações de outras entidades astrais, e simpatizar com elas de modo que conhecesse instintivamente seus sentimentos.

O despertar do quinto chakra astral, correspondente ao laríngeo,
conferiu ao homem a faculdade de audição no plano astral, isto é, atualizou-lhe o sentido que no mundo astral produz em nossa consciência o mesmo efeito que no mundo físico chamamos audição.

O despertamento do sexto chakra astral, correspondente ao situado entre as sobrancelhas, produziu analogamente a visão astral ou
faculdade de perceber clara e distintamente a forma e a natureza dos objetos astrais, em vez de sentir vagamente sua presença.

O despertar do sétimo chakra astral, correspondente ao coronário,
completava a vida astral do homem e aperfeiçoava suas faculdades.

A respeito do sétimo chakra astral parece existir alguma diferença
segundo o tipo a que pertença o homem. Em muitos indivíduos, os vórtices do sexto e sétimo chakras astrais convergem ambos ao corpo pituitário (figura 9), que em tal caso é o único enlace direto entre o corpo físico denso e os corpos superiores de matéria relativamente sutil.

DESPERTAR DOS CHAKRAS ETÉRICOS

Quando se desperta à plena atividade o chakra esplênico, o homem
é capaz de recordar-se de suas viagens astrais, ainda que às vezes só
parcialmente. Se estimularmos de maneira leve e acidental o chakra
esplênico, costuma-se produzir a reminiscência da beatífica sensação de voar pelos ares.

Quando se põe em plena atividade o chakra umbilical, começa o
homem físico a perceber toda classe de influências astrais, compreendendo vagamente que algumas delas são amistosas e outras hostis, e que umas paragens são agradáveis e outras repulsivas, sem saber por que.

A vivificação do chakra cardíaco dá ao homem físico o conhecimento instintivo das alegrias e tristezas do próximo, e às vezes o move a reproduzir em si mesmo, por simpatia, as dores alheias.

O despertar do chakra laríngeo capacita o homem físico a ouvir
vozes que costumam sugerir-lhe idéias de toda classe. Também às vezes ouve música e outros sons agradáveis. Quando está em plena atividade confere ao homem físico a clarividência etérica e astral.

A vivificação do chakra frontal capacita o homem físico a ver lugares e pessoas distantes ou astrais.
Nas primeiras fases de desenvolvimento só há vislumbres de paisagens e nuvens de cor, mas sua plena atividade confere clarividência.

O despertamento do chakra fundamental está relacionado com a
faculdade da visão microscópica, isto é, de ver aumentados os objetos físicos invisíveis à simples visão corporal.

Do centro do chakra frontal projeta-se um tênue e flexível tubo de
matéria etérica, semelhante a uma serpente microscópica com uma espécie de olho em seu extremo. É o órgão peculiar desta modalidade de clarividência, e o olho terminal pode dilatar-se ou contrair-se para alterar a potência aumentativa segundo o tamanho do objeto que se examina. Isto é o que significam os livros antigos ao falarem da virtude que pode ter um homem de tornar-se grande ou pequeno, voluntariamente. Para examinar um átomo, o clarividente emprega um órgão de visão de tamanho adequado ao do átomo.

A serpente projetada do chakra frontal teve seu símbolo no toucado
dos reis do Egito, aos quais, como aos sumos sacerdotes daquele país, se atribuía a clarividência entre outras faculdades ocultas.

Quando o chakra coronário está plenamente ativo, o ego pode sair
por ali e deixar conscientemente o seu corpo, bem como retornar a ele sem a interrupção ordinária, de modo que estará consciente noite e dia.

Quando o fogo serpentino houver passado por todos os chakras,
seguindo uma ordem variável de acordo com o tipo de cada homem, a consciência não se interrompe até a entrada no mundo celeste, ao terminar a vida astral de modo que não haverá diferença entre a temporária separação do corpo físico durante o sono e a definitiva no momento da morte.

OS EFEITOS DE ÁLCOOL E NARCÓTICOS

São de duas classes os hábitos viciosos ou práticas nocivas que
podem estropiar a tela protetora: o uso do álcool e os narcóticos, ou o
empenho de abrir portas que a natureza mantém fechadas, por meios como os descritos nalguns comunicados espiritistas.

Certos alcalóides e bebidas, sobretudo o álcool e os narcóticos,
inclusive o tabaco, contêm substâncias que ao se decomporem se
volatilizam. Algumas delas passam do plano físico para o astral1 através dos chakras, em direção oposta à normal, de modo que a repetição desta anormalidade deteriora gravemente finalmente destrói a delicada tela protetora.

Esta deterioração e destruição podem ocorrer de duas maneiras
distintas, segundo o tipo do indivíduo e a proporção das substâncias nocivas contidas em seu duplo etérico e em seu corpo astral. Em primeiro lugar, as substâncias volatilizadas queimam a tela e com isso abrem a porta a toda classe de energias bastardas e influências malignas. Em segundo lugar, tais substâncias volatilizadas, ao passarem pelo átomo físico ultérrimo, o endurecem e impedem suas pulsações, de modo que já não o pode vitalizar a especial energia que os entrelaça, resultando disso algo assim como uma ossificação da tela que intercepta as comunicações entre um plano e outro.

Podemos observar no bêbado habitual os efeitos de ambas as
classes de deterioração. Os que franqueiam a passagem às nocivas
influências se tornam loucos, obsedados ou morrem delirantes, ainda que sejam raros os deste tipo. Mais freqüente é a deterioração por obstrução, que debilita as faculdades e mergulha o indivíduo no grosseiro sensualismo e brutalidade, sem o mais leve sentimento de delicadeza e possibilidade de autodomínio. Perde o sentimento de responsabilidade, e ainda que em estado lúcido ame sua mulher e filhos, quando lhe comete a ânsia de bebida não vacilará em gastar em vinho o dinheiro que deveria empregar em manter a família, porque se desvanecem o afeto e a noção de responsabilidade.

EFEITOS DO TABACO

A segunda classe de deterioração da tela etérica é muito freqüente
nos escravos do tabaco, que vemos persistirem em seu vício ainda que saibam perfeitamente que incomodam os não-fumantes. Prova do
estropiamento da tela temos no fato de ser o único vício em que um
cavalheiro persiste apesar de perceber o desgosto que causa aos demais. Vê-se claramente que neste caso se embotaram os sentimentos delicados. De tal modo este nocivo hábito escraviza os que o adquirem, que são incapazes de vencê-lo e se esquecem de todo instinto de cavalheirismo por seu tão insensato e horrível egoísmo.

Os perniciosos efeitos do tabaco são evidentes nos corpos físico,
astral e mental, e saturam o homem de partículas sumamente impuras, cujas emanações são tão grosseiramente materiais que ferem o olfato alheio.

Astralmente, não só o tabaco introduz impureza como amortece
muitas vibrações e por esta razão sói dizer-se que "acalma os nervos". Mas o progresso no ocultismo não requer que se amorteçam as vibrações nem que se carregue o corpo astral de partículas nauseabundas e venenosas. Pelo contrário, necessitamos de responder instantaneamente a toda possível longitude de ondas e ao mesmo tempo dominar-nos tão completamente que nossos desejos sejam como cavalos dirigidos pela razão, levando-nos aonde quisermos e não arrastando-nos em seu desenfreamento como o faz o
pernicioso hábito do tabaco, que nos coloca em situações onde a natureza superior compreende que jamais deveríamos achar-nos. Seus resultados depois da morte são também dos mais desastrosos, porque determinam uma espécie de ossificação ou paralisia do corpo astral, de modo que durante longo tempo, por semanas e ainda meses, o homem permanece desamparado, tolhido, quase inconsciente e como que preso a uma masmorra sem poder comunicar-se com ninguém e incapaz de receber, portanto, as influências superiores. Vale a pena sofrer todas estas aflições
por uma pitada de fumo? O tabaco é muito pernicioso e deve
cuidadosamente ser evitado por quem verdadeiramente anele disciplinar seus veículos e adiantar-se na Senda de Santidade. Segundo dissemos, as vibrações só podem passar de um plano a outro pelos subplanos atômicos; mas quando pelo uso do tabaco se diminui a potência responsiva, esta diminuição ou amortecimento também afeta o segundo e o terceiro subplanos. Neste caso, a comunicação entre o astral e o físico por intermédio do duplo etérico só poderá efetuar-se pelos subplanos inferiores de cada plano, onde formigam as sinistras e malignas influências cujas grosseiras e violentas vibrações excitam a resposta.

Texto do livro Os Chakras - Charles W. Leadbeater


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